Advogado de Mauro Cid x Supremo Tribunal Federal

 A defesa de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, criticou fortemente a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que acusa Cid, Bolsonaro e outros 32 indivíduos de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo os advogados de Cid, a denúncia contém inconsistências e carece de provas concretas que sustentem as acusações de envolvimento em crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A defesa argumenta que as imputações contra Cid são baseadas em interpretações distorcidas de suas ações, que, na visão deles, se limitaram ao cumprimento de ordens no âmbito de sua função subordinada na Presidência. Eles destacam que a denúncia de Gonet omite trechos da delação premiada de Cid que poderiam contradizer a narrativa apresentada, como afirmações em que ele nega ter atuado diretamente em planos golpistas ou que caracterizam certas reuniões como discussões informais, sem um plano concreto de ruptura institucional. Por exemplo, Cid descreveu um encontro como um “bate-papo de bar” entre militares inconformados, mas sem ações definidas, algo que a PGR não teria levado em conta de forma equilibrada.
Além disso, os advogados questionam a coerência da acusação, apontando que a PGR atribui a Cid um papel desproporcional na suposta trama, apesar de sua posição hierárquica e de evidências que sugerem que ele não tinha autonomia para liderar ou executar um golpe. Eles também pediram a redução do número de crimes imputados a Cid e a manutenção de seu acordo de delação premiada, argumentando que sua colaboração foi essencial para as investigações e que ele não deveria ser penalizado por suposições não comprovadas.
Essa crítica reflete uma estratégia mais ampla dos defensores dos acusados, incluindo os de Bolsonaro, de desqualificar a denúncia como uma peça baseada em delações sob pressão e sem suporte material robusto, levantando dúvidas sobre a imparcialidade e a solidez jurídica do processo conduzido pela PGR e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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