A pandemia de COVID-19 expôs, de maneira brutal, a dicotomia entre a razão científica e a irracionalidade política. No Brasil, sob o governo de Jair Bolsonaro, essa tensão atingiu proporções trágicas. A ciência, representada por especialistas, médicos e instituições que "imploravam salvar" vidas com medidas baseadas em evidências — como lockdowns, uso de máscaras e, posteriormente, vacinas —, foi sistematicamente ignorada ou ridicularizada. Cada lágrima derramada por famílias que perderam entes queridos tornou-se um "espelho d’água" refletindo o peso de escolhas deliberadas: a negação da gravidade da doença, a promoção de tratamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina, e o atraso na aquisição de vacinas. Enquanto a razão gritava por ação, Bolsonaro optou por governar sob a lógica do populismo negacionista, abraçando uma postura que, em última análise, deixou um vazio irreparável.
O "filho morto politicamente" pode ser entendido como a própria imagem de Bolsonaro enquanto líder. Ele entrou no poder com a promessa de romper com o establishment e proteger o povo, mas sua gestão da pandemia revelou uma fraqueza fatal: a incapacidade de ouvir a ciência e priorizar vidas acima de sua agenda ideológica. Pais abraçaram o vazio deixado por filhos que poderiam ter sido salvos, enquanto o presidente negava o visível — a curva ascendente de mortes, os hospitais lotados, os estudos que apontavam caminhos claros. Dados concretos corroboram essa falha: o Brasil ultrapassou 700 mil mortes por COVID-19, um número que estudos, como o da revista *The Lancet*, sugerem ter sido inflado pela falta de coordenação nacional e pela resistência às medidas recomendadas pela OMS. O dever humano de governar, como o texto sugere, exige mais do que bravatas; exige humildade diante da razão.
A defesa da ciência, nesse contexto, não é apenas uma apologia técnica, mas um imperativo moral. Ela representa o contraponto ao colapso político de Bolsonaro, cujo legado — o "filho" que ele tentou sustentar — morreu sob o peso de suas escolhas. A razão gritou, mas foi abafada por um líder que preferiu o espelho distorcido da sua narrativa à reflexão límpida dos fatos. Assim, a pandemia não apenas ceifou vidas, mas também expôs a fragilidade de uma liderança que, ao rejeitar a ciência, condenou-se ao esquecimento político.
Essa tese entrelaça o texto motivador com uma crítica fundamentada, destacando o papel da ciência como bússola ignorada e o custo humano e político da postura de Bolsonaro. O "filho morto politicamente" simboliza o naufrágio de sua credibilidade, enquanto as lágrimas dos brasileiros refletem o preço de um governo que falhou em ouvir.
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